um dia do passado

E então eu me pergunto,
o que realmente aconteceu comigo naquele dia em que achei tudo estranho.
Não sai porque nem entrei.
Olhei em volta e não vi nada.
Escutei mas não ouvi nada.
Parecia boiando nas brumas,
perdida na névoa branca daquela manhã.
Que dia estranho foi aquele.
Que nem passarinho cantou,
cachorro não latiu,
galinha não cacarejou.
E o tal do dia foi longo.
Parecia que não passava,
os ponteiros do relógio meio que brincavam,
corriam um do outro,
e não teve meio dia,
seis e meia,
quinze para nove,
três e quinze.
Os ponteiros nesse dia jamais se encontravam.
O sol estava estranho,
esfriava e esquentava.
As nuvens nesse dia pareciam congeladas.
A noite tinha estrela, mas elas não brilhavam.
E a lua coitadinha,
de tão tímida nem se apresentava.
E eu nem sabia quem eu era,
que dia estranho me atormentava.
Me olhei no espelho e não me via.
Pensei muito, fiquei assustada.
Mas derrepente me dei conta,
eu não estava ainda acordada.

ps.: achei esse meu texto em uns guardados antigos.

        acho que eu tinha uns 13 anos quando escrevi.

        ri muito de mim mesma quando li.

       

texto de remall.

foto de fotografo de albúm de criança.