quarta-feira, 17 de outubro de 2012

quarta feira

04 e 15 da madrugada.
O alarme do celular toca uma musiquinha com cantos de passarinho.
Bem a minha cara esse toque.
O vento frio lá fora e o marido quentinho do lado
me fazem ignorar o mundo.
O  canto do passarinho repete e repete.
Me confundo,
se é o canto do alarme ou dos passarinhos da realidade lá fora.
Sono, muito sono.
Cama quentinha, marido carinhoso, prá que levantar agora ????
Preciso ir na cidade...preguiiiiiiiiça .
04 e 55 da madrugada.
O alarme já foi desligado.
Derrepente um som diferente.
Um galo em agonia pede socorro.
Pulo da cama de qualquer jeito.
Frio e vento.
O dia amanhecendo.
Ainda escuro ou eu ainda com os olhos fechados.
Acendo as luzes da varanda , da parte de baixo, do galinheiro.
Enquanto estou descendo,
passa por mim veloz se esgueirando pelas plantas alguém conhecido.
Eu nem pude acreditar...
No galinheiro procurava por todos.
Desesperada contava os franguinhos.
Procurava pela galinha comprada no dia anterior.
Tudo em ordem dessa vez.
Apenas algumas penas do grande galo preto espalhadas ao vento.
Gritos caninos e gritos humanos são os próximos sons da madrugada.
Acho que dessa vez não vai ter jeito de segurar a raiva do marido.
Ele não vai aceitar mais prejuízos.
Bravo provavelmente será encaminhado para a adoção.

Ele, o marido, viajou por uns dias para  visitar a mãe.
Eu vim na cidade comprar uns ladrilhos hidraúlicos.

Quando ele retornar eu tenho que ter uma solução.
Minha cabeça ferve feito uma chaleira no fogão.
Meu coração dói feito uma queimadura na brasa.






texto remall.
fotos e vídeo, remall

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

segunda feira

A poeira levanta fina na estrada
O sol tenta reaparecer depois de dias de neblina e frio
Venta como se fosse mês de agosto
Mas já é primavera
Daqui a pouco ninhos quentinhos
O namoro já começou
Hoje botões
Amanhã lindas rosas
A poeira levanta fina na estrada
O verde vai ficando aos poucos para trás
O barulho do silêncio deixa de existir
E aos poucos o tormento da cidade se apresenta a meus olhos
A dualidade de sentimentos
Saudade de tanta praticidade da vida do asfalto
Saudade de tantas pessoas queridas que vivem no asfalto
Felicidade na calmaria das minhas montanhas
Paz no silêncio do mundo e da alma
O dia de hoje, só hoje
Fiz compras para a construção de um forno de pizza
Passei no blog para matar a imensa saudade
Letrinhas que borbulham na cabeça
Saudade daqui
Dos amigos daqui
Saudade dentro do coração


texto remall
foto remall, entre a Querência e a cidade