domingo, 25 de maio de 2014

O que não conhece o fim

Mesmo que o tempo mude
Ou que o tempo passe
E o relógio insista em nos mostrar as horas
Mesmo que o sonho não venha
Ou que você se esqueça
E alguns argumentos insistam em levar para longe nossa memória
Mesmo que o mundo gire
Ou a vida vire
E o destino insista em dividir os caminhos
Mesmo com tantas coisas
Ou quase nada que importe
O amor insiste
Resiste
Na insistência do nosso sentimento
Que bravamente se inspira na vitória
Eu e você para sempre
E que não conheça fim essa nossa história


texto remall
foto remall, a luz que nunca termina na Querência

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Memórias de um cachorro - está virando um hábito

As coisas por aqui mudaram muito
E o "muito" virou mais ainda com a chegada das coisinhas
Todo aquele nosso fogo e calor se acalmou
A mocinha que mora por aqui agora voltou a ser somente nossa irmã
Foi tudo um tanto estranho, mas já passou
No meio daquela confusão toda, Ela e o Grandão ficaram meio desorientados,
e foram lá em cima e buscaram um tanto de capim
E acho que no desespero inventaram uma água verde pra gente beber
De dentro da casa grande começou a sair um cheirinho suave
Não posso dizer que o cheirinho era gostoso, porque cheiro gostoso pra mim é de carne
Mas gostando ou não, Ela virou aquela água que veio de dentro da casa grande nos nossos baldes
No começo achei muito ruim
Tinha cheiro
Tinha cor
E o pior... era meio morna
Depois que esfriou ficou uma delícia
Delícia em todos os sentidos
Era refrescante e o melhor de tudo... deu uma acalmada
A gente foi ficando mooooooliiiiinho 
E dava um soninho tão bom
Logo Ela viu que tal água verde funcionava
E agora vira e mexe quando a gente olha para o balde, vê a tal da água verde com cheiro
Está virando um hábito por aqui
Vi Ela falando que é chá de erva cidreira ou capim limão
Será que Ela tá achando que tomando chá a gente vai virar um Lord ?
Um Lord inglês ?
Tadinha... Ela não faz ideia das nossas origens
Mas é melhor deixar e não contrariar
Bom mesmo Ela fazer bastante chá que deixa calminho, assim quando a gente
aprontar a próxima, Ela mesma pode tomar
Quem sabe assim o castigo vem mais brando






texto remall
fotos remall, o capim limão e todo mundo calminho na Querência

segunda-feira, 12 de maio de 2014

o tempo por aqui

Gosto quando o tempo muda
E o vento brinca de enganar a chuva
E a chuva brava se mostra ao vento
E o redemoinho cresce no tempo
Gosto quando o tempo muda
O sol se esconde com medo da chuva
E a chuva cresce e se junta com o vento
E então o temporal se mostra sem medo
Nada de brisa
Nada de apenas fina chuva

texto remall
foto remall, tempestade na Querência





sábado, 10 de maio de 2014

o que acontece por aqui

Outro dia no face mostrei os moranguinhos que encontrei na horta
Mudas que eu nem me lembrava mais que havia plantado a meses atrás
Não gosto da fruta e nem de tortas ou sorvetes
Com morangos gosto mesmo é da geleia
Então, deixei por lá as frutinhas a mercê dos sabiás
Mas eles também não se interessaram
Com o outono frio por aqui
Eles estão aparecendo aos poucos
Portanto
As frutinhas vermelhas, orgânicas e docinhas 
Deixaram a horta e foram conhecer o meu tacho de cobre
Ganharam a companhia de pedaços de maças 
Que generosamente liberou a pectina
E voilá !




Um pouquinho de geleia de morango
 Para fazer par com o  pão de mandioquinha que acabou de sair do forno

E tenho que confessar que foi o melhor pão que eu já fiz...hum!!!!!

E para quem se interessou 
Fica aqui a receita do pão

Simples, fácil e saborosa



texto remall
fotos remall, uma tarde de maio qualquer na Querência

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Daqui aonde a vista não enxerga o fim
E eu me permito sentir
Sentir o que realmente importa
Sentir o que a mente esconde
Sentir o porquê que a vida pulsa

Eu observo

Daqui aonde a vista vê
O que existe e eu nem imagino
E também desconheço
O amor que deixou de amar
A despedia que não teve beijo
A flor que floresceu sem cor
O sentimento que não por quem sentir

Eu simplesmente me calo



texto remall
foto remall, pelos caminhos da Querência

terça-feira, 6 de maio de 2014

os segredos que todos sabem


Todos sabem de tudo
Mostro tudo
Tenho vida de livro aberto
Letrinhas e imagens vivem pulando por aí
Viajam sem medo ou sustos
Embaladas e embrulhadas no meu jeito "brejeiro" de ser
Segredo ?
Só os dos outros
Esses vivem guardados
Os meus ?
Vivem espalhados
Nunca os guardo

Na minha vida... muitas cozinhas
Da roça
A gourmet caipira
Na cidade
Algumas delícias
Muitos carinhos
Os meus doces ? todos conhecem
Todos já sabem dos meus tachos de cobre

A última novidade ?
Panelas novinhas, compradas em Ouro Preto nesse final de semana
Pedra Sabão e barro
Lindas
Calmamente tomando sol, na primeira etapa para serem curadas











E na minha cozinha ainda tem os detalhes que me encantam
O pãozinho de Santo Antônio, padroeiro do lugarejo, que nos é ofertado no dia da festa
Cuida da minha cozinha e dá bênção aos meus alimentos

 
Tem a Nossa Senhora, que eu customizei e preguei na porta para nos guardar 
nas noites e até o sol raiar
Ao invés de imãs na geladeira, trago comigo os meus amores, lembrança e homenagem
aos que já se foram
E finalmente o rei
O meu dragão
Que agora domado e domesticado, lança chamas e cozinha sem queimar
E ainda aquece a serpentina, para o melhor banho do mundo
Dos dias gelados do inverno


Como sou um livro aberto, ainda tenho muito que mostrar
Mas fica para outra ocasião
Acho que já consegui dizer que a cozinha para um mineiro é o coração da casa
A alma que nunca se cala
Alimenta
Aquece
Guarda
Os muitos "causos" que rolam nesse lugar


texto remall, especialmente para a Casa decorada
fotos remall, cozinha da Querência

de frente

E eu 
Que não tenho como ter medo dos meus medos
Me agarro na coragem de frente
E tem que ser de frente
Porque se eu dou as costas
Ela corre
De tanta loucura que cruza os meus caminhos




texto remall
foto remall, placa singela em Gonçalves - MG

segunda-feira, 5 de maio de 2014

eu e você

E quando olho em seus olhos
E seus olhos olham o meu coração
Quando o vento balança os sentimentos
E o sol
Pendurado em um varal
Irradia só amor
E quando meus amores atingem a flecha do cúpido
E a direção só pode ser a sua
E quando eu consigo sorrir
E seu sorriso engole o meu 
Com a gargalhada mais gostosa
E quando eu mais nada sei
E você na sua generosidade me lança no nada
E me ensina a voar
É quando a gente só sabe
Que sabe se amar


texto remall
foto remall, o meio da árvore
que mesmo partida, brota, pois ama a vida e sabe que tem que continuar

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Memórias de um cachorro - nunca havia acontecido antes

Bom, nem sei como começar esse assunto meio constrangedor
Como disse outro dia, agora somos em quatro e no meio desses quatro,
existe uma menina.
Um mocinha.
Muito mal humorada, nervosinha e ao mesmo tempo pequena e delicada,
como todas as fêmeas devem ser.
Pois bem, de repente essa mocinha começou a levantar em nós três um
alvoroço que nunca havíamos sentido antes.
Um calor, um fogo ardendo, sei lá.
Vocês entendem o que eu estou querendo dizer.
O meu irmão do meio, o branquelo foi o primeiro a descobrir que ela era
diferente da gente e logo já ficou todo amiguinho dela.
A outra criatura que chegou com ela também caiu de amores, mas eu não
estranhei muito, pois afinal eles chegaram juntos.
E nada mais natural que eles fossem mais unidos e amigos.
Aonde eu quero chegar é que ...
outro dia começamos a sentir que esse fogo ardendo virou meio que um
incêndio sem controle.
E que ela, a tal mocinha, se transformou no objeto de todos os nossos
desejos.
Melhor que comida, melhor que ir na estrada, melhor que correr para a 
porteira, melhor que latir sem parar, melhor que brincar , melhor, melhor,
melhor que tudo que existe no planeta.
Melhor até que Ela, minha rainha, minha dona,razão do meu viver.
E quando a noite caiu parece que tudo ficou mais forte e foi uma correria
sem fim.
Então, Ela e o Grandão prenderam a mocinha no canil.
Isso foi o fim.
Isso foi o desespero total de uma raça em chamas.
Meu irmão do meio ficou na porta gritando feito um doido.
Eu estava interessado, mas não tanto quanto aqueles dois.
E a criaturinha, o meu irmão mais novo, o que veio com ela, parecia um
louco desvairado.
Corria de um lado para o outro , uivava, latia, pulava na tela.
E então ele teve a brilhante ideia de dar a volta e subir no telhado do canil.
Lá de cima tudo ia ser mais fácil.
Sem tela forte, era só chegar na beira e pular. Bum ! estaríamos lá dentro
com a mocinha e poderíamos apagar nosso fogo com ela.
Só que as coisas não aconteceram como o planejado.
As danadas das telhas começaram a escorregar, e uma a uma cair telhado
abaixo.
Agora; alguém sabe me dizer o porque daquelas telhas não estarem presas?
E o nosso plano saiu pela  "culatra".
Fez um barulhão danado na hora que as telhas começaram a cair.
E Ela e o Grandão levantaram desesperados .
Mas não conseguiram entender o que estava acontecendo naquele escuro.
E a noite virou dia e nós não conseguimos entrar no canil.
E bem cedinho o coisinha, o irmão mais novo, resolveu fazer outra tentativa.
Só ele que foi, nós, mais velhos de casa, já aprendemos que a noite
" todos os gatos são pardos", mas que de dia a história é bem outra e
o castigo também.



E então...
Não teve castigo, só uma gritaria louca.
E o objeto de nosso desejo foi para dentro de
casa e nós para dentro do canil.
O fogo continua queimando.
Acho que por eu ser o mais velho é só um ardido
que sinto.
Mas meus outros dois irmãos.
Adolescentes ainda....o fogareu tá doido demais !


texto remall.
foto remall, o irmão mais novo em cima do telhado