memórias de um cachorro - sorte

Hoje o dia amanheceu meio nublado.
Que lugarzinho que faz frio. Brummmm!
E olha que eu tenho um colete de pêlo e tanto,
e meu irmão tem uma capa de gordura e tanto. kkkkk
Pois bem, com frio a única coisa que nos restava
era ficar quietinhos na cama.
Quando Ela saiu do lado de fora parecia mais uma astronauta
de tanta roupa que usava e ainda estava de gorro.
Fiquei andando atrás dela, naquela rotina de sempre,
descer, ir no galinheiro colocar milho para todos os de pena,
ir na horta pegar verdura, jogar de novo para os de pena.
Ô raça que come, os patos e marrecos não param um minuto.
Nunca vi tanto bico nervoso.
Mais tarde um pouco o vizinho chegou.
E trouxe com ele uma turminha do barulho.
E aí acabou nosso sossego.
Os pirralhos não paravam um segundo,
corriam, gritavam, pulavam.
Pareciam que nunca tinham visto uma roça.
Gritavam com as galinhas, com os cavalos,
corriam atrás de tudo que se movia,
até de borboleta.
Eu até que estava adorando aquele movimento,
pena que sou muito grande e com cara de malvado,
e aí todo mundo tinha medo de mim,
e ninguém me chamava para brincar.
O Lord é que estava fazendo o maior sucesso,
ridículo!
Quando eles começaram a jogar futebol
eu fiquei correndo do outro lado da tela,
prá cima e prá baixo.
Até que derrepente o gordinho chutou a bola alto,
e não é que a danada veio cair aos meus pés.
Tchau....eu agora é que vou jogar futebol.
Corri lá prá trás com a bola.
A bola inteirinha só prá mim.
Como eu tenho sorte.

o único problema é que a bola era franquinha...coitada.

furou rapidinho.

ou será que meus dentes é que são bons?

texto de remall.

foto de remall, cachorro da Querência.