a tempestade

Já havia me esquecido de como são os dias de tempestades
Dos relâmpagos clareando a baixada
Dos raios rasgando o céu
Já havia me esquecido do barulho da chuva forte
Do medo das águas do ribeirão
Da enchente alagando o brejo
Levando embora toda a minha plantação
Já havia me esquecido do coração apertado
Do embolado das cobertas
Da cabeça debaixo das cobertas
Do medo do escuro
Do frio gelado da alma
Do som dos marrecos depois de cada trovão
Fazia tempo que não sentia esse medo
Fazia tempo que não sentia medo dessa solidão

texto remall.

vídeo remall, em noite de tempestade