memórias de um cachorro - novos tempos

Não sei bem o que está acontecendo com Ela.
Sei que Ela não tem aparecido mais aqui com tanta frequência.
Sei que estou com tanta saudades Dela.
O Grandão tem vindo e trás notícias e um monte de presentinhos.
Sei que Ela faz e manda tudo com muito carinho,
mas não é a mesma coisa.
Ele não brinca de jogar a bolinha comigo como Ela.
O Grandão está triste, nem briga mais comigo.
Ele até deixa eu entrar na camionete ,passar pelas 4 portas !
E pular na carroceria.
Em outras épocas isso seria uma grande festa, mas,
acho que ele sabe que estou procurando por Ela.
Meu irmão também anda triste e cabisbaixo pelos cantos.
Até os marrecos e patos já não fazem a mesma barulhada de sempre.
Todo mundo por aqui está com saudades.
A vida sem Ela não é a mesma coisa de antes.
Já até pensei que Ela sumiu por causa das confusões que andei arrumando,
mas meu irmão me disse que é porque tem alguém doente.
Não entendo muito de doenças.
Mas tenho aprendido a entender sobre saudade.
Não sei de doença doí.

Mas sei que saudade doí; e como tem doído a falta Dela.

Só sei que agora passo os dias assim;

deitado no banco debaixo da janela.

Triste, sem graça, sem ânimo para nada.

Ás vezes sonho com Ela chegando.

E quando vejo que era só sonho, dou um suspiro e continuo deitado.

Fico deitado esperando.

Esperando o dia em que Ela vai voltar para casa.

texto remall.

foto do Grandão, cachorro no banco da Querência.